A partir dessa segunda (3), 284 funcionários da Nestlé Waters no Brasil vão se juntar aos 2.731 empregados da divisão de águas do grupo cearense Edson Queiroz, dono das marcas Minalba e Indaiá. O negócio, fechado em março, foi aprovado pelo Cade, o conselho de defesa da concorrência, há um mês.
A nova empresa ganha um novo nome, Minalba Brasil, e vai reunir a produção, comercialização e distribuição de todas as 11 operações, oito em águas, uma em refrigerante (marca Refri), uma em sucos mistos (Citrus) e uma terceira de bebidas energéticas (Night Power). Assim que a integração terminar, provavelmente ano que vem, a empresa deve lançar novos produtos no mercado, como águas saborizadas, nicho que é febre na Europa e nos Estados Unidos.
A meta é ser o líder em águas no Brasil. Em embalagens de até 15 litros, atualmente a Coca-Cola, detentora da marca Crystal, é a maior, com quase 20% de participação de mercado, segundo a empresa de pesquisas Nielsen. Com a compra da Nestlé Waters do Brasil, o Edson Queiroz chega a 19% de participação. Com as marcas incorporadas, a empresa dá um salto em distribuição, sobretudo, nas capitais e interior dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, forte da Nestlé.
A nova empresa nasce para aproveitar um momento espetacular do mercado de água mineral, em ascensão no Brasil e no mundo. De 2013 para cá cresceu no Brasil quase 30% em volume vendido (em 2017 foram 8,23 bilhões de litros de água mineral) e 60% em faturamento (8,88 bilhões de reais ano passado), segundo a empresa de inteligência de mercado e análise de dados Mintel. A expectativa é de crescimento contínuo nos próximos anos, na contramão do mercado de refrigerantes, que perde terreno com a busca dos consumidores por produtos mais saudáveis.
O próximo passo do grupo Edson Queiroz é avançar em novos nichos de mercado, como o de águas saborizadas e flavorizadas, uma coqueluche na Europa e nos Estados Unidos. É um setor em que o Brasil ainda está engatinhando. Enquanto nos Estados Unidos as vendas de águas com ou sem gás com sabor cresceram 67% entre 2012 e 2017, ante um avanço de 27% da água mineral.