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Usiminas mantém Ebitda positiva no 2ºtrimestre

R$ 1,16 bilhão é o Ebitda acumulado no semestre. Margem no mesmo período é de 18%

A Usiminas registrou, no segundo trimestre do ano, um Ebitda Ajustado de R$ 519 milhões e uma margem de Ebitda Ajustado de 16%. O resultado foi impactado pelo provisionamento contábil de R$ 62,4 milhões para ICMS no Rio Grande do Sul. Sem esse efeito, o Ebitda da companhia atingiria R$ 581 milhões, contra R$ 641,8 milhões registrados de janeiro a março, e a margem Ebitda registraria 18% ante 19,8% (1T18). Nos primeiros seis meses do ano, o Ebitda Ajustado da companhia atingiu R$ 1,16 bilhão e a margem de Ebitda chegou ao patamar de 18%.

De abril a junho de 2018, a Usiminas registrou um prejuízo líquido de R$ 19 milhões frente R$ 157 milhões de lucro líquido no trimestre anterior. Desconsiderados os impactos do provisionamento contábil e da paralisação dos caminhoneiros, bem como da desvalorização do real frente ao dólar, que atingiu 16%, a companhia contabilizaria lucro líquido superior a R$ 200 milhões. No semestre, a Usiminas totalizou R$ 138 milhões de lucro líquido.

“Nos últimos meses, a percepção da população e dos agentes econômicos foi duramente abalada pela paralisação dos caminhoneiros, que coincidiu com o momento de expressiva elevação do câmbio. Esses fatores, somados ao crescimento do protecionismo internacional e às incertezas no cenário político, trouxeram à tona fragilidades da economia e criaram uma crise de confiança que prossegue até o momento”, avalia o presidente da Usiminas, Sergio Leite.

A receita líquida do segundo trimestre ficou em R$ 3,2 bilhões, estável em relação ao primeiro trimestre, destacando-se os maiores preços do aço no mercado doméstico e na exportação, que compensaram os menores volumes de venda de aço e de minério de ferro. Foram comercializadas 977 mil toneladas de aço no 2T18 contra 1,08 milhão no trimestre anterior. Já a venda de minério de ferro, de abril a junho, atingiu 1,4 milhão ante 1,8 milhão no primeiro trimestre do ano.

Mesmo num cenário adverso, a Usina de Ipatinga elevou a produção de aço das 715 mil toneladas registradas nos três primeiros meses do ano para 813 mil toneladas no trimestre encerrado em junho. A produção de laminados nas usinas de Ipatinga e Cubatão totalizou 1,06 milhão de toneladas, estável em relação a do primeiro trimestre, quando foram produzidas 1,07 milhão de toneladas.

Os investimentos (Capex) totalizaram R$ 66,8 milhões no período, contra os R$ 64,9 milhões dos três primeiros meses de 2018.

Resultados por unidade de negócio

O destaque entre as unidades de negócio da Usiminas foi a Soluções Usiminas, que registrou aumento de 31% no Ebitda Ajustado. O resultado foi de R$ 37,3 milhões, contra R$ 28,5 milhões no primeiro trimestre do ano.  A margem de Ebtida Ajustado da unidade de transformação industrial do aço e gerenciamento de serviços da cadeia metalmecânica foi de 4,8% (2T18) contra 4,1% nos três primeiros meses de 2018. A receita líquida no segundo trimestre foi de R$ 770,6 milhões e registrou uma alta superior a 9,6%, quando comparada ao trimestre anterior (R$ 702,8 milhões), em função, principalmente, do maior preço médio praticado no período (6,1%), bem como do maior volume de vendas e serviços (3,3%).

A Mineração Usiminas teve redução de 32% no Ebitda Ajustado – R$ 33,3 milhões contra R$ 49 milhões no 1tri18. A margem de Ebitda Ajustado foi de 16,5% no 2T18 contra 19,5% nos três primeiros meses do ano. O volume de produção no período atingiu 1,3 milhão de toneladas, estável em comparação ao trimestre anterior. Já o volume de vendas foi de 1,4 milhão de toneladas, contra 1,8 milhão do primeiro trimestre, em função do menor volume exportado no trimestre. Os números se devem, ainda, a uma queda da ordem de 12% na cotação média do preço do minério de ferro no mercado internacional e uma forte elevação no valor do frete marítimo, que flutuou em até 60% para a referência Brasil-China, impactando o volume de embarques para o exterior.

No caso da Usiminas Mecânica – empresa de bens de capital que atua no mercado de estruturas metálicas, naval e offshore, óleo e gás e montagens industriais -, segue o reflexo negativo causado pela estagnação dos investimentos e grandes projetos de engenharia no Brasil. Somado a isso, houve também o impacto pontual de um projeto de fabricação de vagões, levando o Ebitda Ajustado do negócio a ficar negativo em R$ 19,9 milhões e a uma margem de 19,6% negativa. Nos primeiros três meses de 2018, a margem Ebitda da Mecânica havia atingido 28,9%.

Entregas e novos projetos

O segundo trimestre foi marcado ainda por importantes conquistas para a Usiminas. Em abril, a empresa retomou as operações do Alto-Forno 1, após 34 meses desativado. Com a retomada, a Usina de Ipatinga contabilizou um acréscimo de 650 mil toneladas à sua capacidade anual de produção de ferro-fusa em mais um indicativo da curva ascendente do processo de recuperação iniciado pela companhia em meados de 2016. Foram R$ 80 milhões investidos e uma obra que durou cerca de 11 meses e gerou cerca de 600 empregos.

Em maio, a Fitch, uma das principais agências internacionais de avaliação de risco elevou a nota de crédito da Usiminas, de B para B+ com perspectiva positiva. Na sequência, em junho, foi a vez da Standard and Poors elevar a nota de crédito da companhia, de B- para B, também com perspectiva positiva. Segundo a agência, a melhora do rating reflete a recuperação gradual da empresa nos quesitos econômico-financeiros e a estratégia acertada da companhia de focar sua atuação em produtos de maior valor agregado que trazem margens mais altas.

Ainda vale destacar entre os marcos do período o início, no mês de junho, do processo de licenciamento ambiental da Musa para adoção de uma nova tecnologia para a disposição de rejeitos gerados no processo produtivo de sua unidade localizada em Itatiaiuçu (MG). O novo sistema prevê a filtragem e o empilhamento do material a seco em substituição ao método tradicional das barragens de rejeitos.

O projeto de Disposição de Rejeitos Filtrados deve consumir um investimento da ordem de R$ 140 milhões e, uma vez licenciado, será um dos primeiros grandes empreendimentos do gênero no país a utilizar essa tecnologia para a produção em larga escala. A expectativa é que sejam gerados cerca de 300 postos de trabalho durante as obras e outras 50 em caráter permanente.

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