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Bens da Dolly bloqueados totalizam R$ 150 mi

A fabricante de refrigerantes Dolly, acusada de sonegar cerca de R$ 4 bilhões em impostos estaduais e federais, está com R$ 150 milhões, em aplicações financeiras e bens, bloqueados pela Justiça. O montante representa 9,2% do valor devido aos cofres do estado de São Paulo, de R$ 1,617 bilhão. Fatia de R$ 55,6 milhões desse bloqueio é proveniente de aplicação no banco Safra da Maxxi Beverage, controlada pela Dolly.

Esse bloqueio é consequência de ação da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial para Recuperação Fiscal (Gaerfis), acatada pela Vara da Fazenda Pública em Diadema (SP), em maio.
De acordo com o Gaerfis, o valor restante dos bens indisponíveis incluem três helicópteros, 283 veículos, três embarcações e uma residência em Cotia (SP), onde o presidente da Dolly, Laerte Codonho, foi detido pela Polícia Militar em 10 de maio. A Tholor do Brasil, empresa responsável pela marca Dolly, é proprietária do imóvel de luxo.
Segundo Rodrigo Mansour Magalhães da Silveira, promotor do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), foi uma investigação sobre organização criminosa para a prática de sonegação que originou o pedido de prisão temporária de Codonho, do ex-contador Rogério Raucci e do ex-gerente financeiro, Julio César Requena.

Nesta semana, a empresa fechou a fábrica de Tatuí (SP) e demitiu cerca de 700 pessoas. “As demissões ocorreram devido ao bloqueio de bens realizado pela Justiça”, informou a Dolly, em nota enviada à reportagem. A fábrica de Diadema e o centro de distribuição em São Bernardo do Campo, ambos no Estado de São Paulo, estão funcionando.
Procuradores do Gaerfis ouvidos pelo jornal Valor afirmaram que “as quantias sequestradas” pela Justiça são aplicações de empresas ligadas à Dolly, portanto, não comprometem o capital de giro para as atividades. “Nosso objetivo não é encerrar as atividades da empresa, mas que a situação fiscal seja regularizada.”

“Apuramos a criação de empresas por meio de laranjas, emissões de notas falsas, modificações nos quadros societários, entre outras denúncias. A investigação ainda está em andamento e ouvimos quase 20 pessoas, mas existem muitas outras na fila e existem diligências em curso”, disse Silveira. Neste momento, a ação de bloqueio do valor de R$ 55,6 milhões tramita em primeira instância na Vara da Fazenda Pública em Diadema (SP) sob responsabilidade do juiz André Mattos Soares. Procurada para comentar sobre as ações na Justiça, a Dolly limitou-se a informar que está tomando as devidas providências para desbloquear as contas.

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