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Fiemg pretende judicializar o Reintegra

Além do impacto negativo do Reintegra no setor, a greve dos caminhoneiros deixou um saldo negativo sobre a indústria do aço de R$ 1,1 bilhão. Durante a paralisação 16 alto-fornos foram abafados, 10 aciarias e 15 laminações paralisadas, dentre outras linhas produtivas. Além disso, a tabela mínima do frete prometida pelo governo aos caminhoneiros vai custar, segundo estimativa do setor, R$ 1,8 bilhão ao longo de 12 meses.
Mas não apenas a indústria do aço reage às medidas anunciadas pelo governo para colocar fim à greve dos caminhoneiros. Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, as medidas do governo vão gerar aumento de custo de diversos produtos. “Ao reduzir a alíquota do Reintegra, retirou dinamismo daqueles setores com maior capacidade no Brasil, que são os que competem internacionalmente e exportam. Isso impacta drasticamente a vida de todos os brasileiros, pois essas empresas não vão investir, nem vão empregar e não gerar renda no Brasil quando ficam menos competitivas”, disse Roscoe.

Segundo ele, a Fiemg também pretende judicializar a questão do Reintegra e a tabela do frete e, inclusive, já tem as ações prontas, caso as medidas não sejam revistas. “Se o governo federal não corrigir esse equívoco, nós da Fiemg já estamos com ação pronta para entrar na justiça estadual. Nos dois casos”, disse, acrescentando que também aguarda posição da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que vai propor ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adi) contra as medidas e o tabelamento do frete.

“A tabela do frete vem gerando distorções em toda a cadeia produtiva e impacto em cascata. Tudo aquilo que é transportado sofre o impacto”, afirmou, acrescentando que esses dois pontos são muito relevantes porque terão repercussão sobre o crescimento não só de hoje, mas do futuro da indústria, além da capacidade e disposição das empresas em investir em Minas Gerais e no Brasil.
A equipe econômica estima que o impacto da greve dos caminhoneiros custou ao país R$ 15 bilhões, ou 0,2% do PIB. De acordo com o Ministério da Fazenda, o número foi discutido na segunda-feira (11) em reunião com o ministro Eduardo Guardia e economistas do setor privado, em São Paulo. Guardia admitiu que o governo poderá rever para baixo a previsão oficial para o crescimento da economia neste ano, que está em 2,5%. Ele observou, porém, que essas previsões são reavaliadas a cada dois meses na programação orçamentária e que não faria revisões a cada semana. A aposta do mercado é que o PIB cresça menos do que 2% em 2018. Guardia chegou a dizer que algumas estimativas sobre o impacto da paralisação estavam exageradas e que os economistas já vinham observando perda de ritmo da economia antes da greve.

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