As lideranças empresariais de nossa região estiveram presentes na tarde dessa terça-feira (29) para pronunciamento conjunto, em coletiva a imprensa, para apresentar a preocupação com o movimento dos caminhoneiros, em especial, à manutenção do apoio da sociedade que coloca em dificuldades a atuação das forças de segurança quanto a desobstrução de vias, escoltas de comboios entre outros.
Luciano Araújo, vice-presidente da Fiemg, abriu os trabalhos falando sobre os esforços que a Agenda de Convergência, grupo apartidário constituído desde 2016, está fazendo para dinamizar a economia e mobilizar a discussão/atuação nos grandes problemas da região metropolitana do Vale do Aço. Todavia, esses esforços poderão se tornar inócuos se permanecer o caminho que o movimento dos caminhoneiros está sendo levado para o extremismo. “Tenho conversado com as forças de segurança e essas alegam as dificuldades de atuar junto aos caminhoneiros, uma vez que a sociedade se interpõe, impossibilitando que as ações sejam exitosas” – aponta o empresário. Luciano pediu, em nome de todos presentes, para que a sociedade não apoie mais o movimento, pois tem causado grandes problemas às forças de segurança de atuarem para cumprirem com sua obrigação constitucional. Adverte que em breve as indústrias não terão mais como produzir, os hospitais acolher pacientes, as escolas ministrarem aulas e uma série de serviços e necessidades essenciais da população podem ficar sem atendimento.
Flaviano Gaggiato, presidente regional da Fiemg, alertou sobre os insumos da indústria, e deu exemplo da sua própria empresa, a Viga Caldeiraria, que amanhã (30), seus 56 empregados serão dispensados, pois o fornecedor de alimentação não terá como atendê-la. Exemplificou, também, que obteve informações que há caminhoneiros preocupados com a suas respectivas famílias, em suas casas, não estão conseguindo retornar.
Isná Canedo, presidente da Acicel-CDL , apresentou a preocupação com o comércio da cidade que está passando por muitas dificuldades. “o movimento é legítimo, mas não pode continuar, pois pode faltar comida para as nossas famílias”, apelou o empresário que representa o segmento em Coronel fabriciano.
Escolta para comboio de combustíveis
Indagado sobre a questão da escolta de combustíveis para que, da mesma forma que ocorre em Belo Horizonte, na refinaria Gabriel Passos, pudesse fazer o mesmo para atender as empresas do Vale do Aço, Luciano Araújo atribui dificuldade às mesmas interposições que a sociedade tem realizado para que o trabalho das forças de segurança (escolta) possa ser realizado. No entanto, entende ser necessário e levará o pleito ao comitê de Crise do governo estadual.
Eleições 2018
Luciano entende que a sociedade tem uma grande oportunidade para propor as modificações na política no pleito de outubro desse ano no qual poderá escolher representantes a altura dos anseios de mudança e maior representatividade. A Agenda de Convergência, por exemplo, faz campanha para a conscientização do voto. Primeiramente, pela importância de utilizar o direito do vote e em seguida pela imprescindibilidade de que se escolham candidatos da região para fazer valer as necessidades regionais e busca por recursos para serem aplicados em projetos para a região – conclui o vice-presidente da Fiemg.
Funcionamento do Hospital Márcio Cunha
Mauro Oscar Souza Lima, diretor do Hospital Márcio Cunha, afirmou que já esta trabalhando no nível de contingência e que a manutenção do funcionamento está projetada para até domingo (03). “Caso não se restabeleça o fornecimento habitual dos insumos necessários para os procedimentos, não há garantias de atendimento a população” – observou o diretor.
Apelo
Luciano ratificou, ao fim do encontro com jornalistas, o apelo à população para que não apoie mais o movimento dos caminhoneiros, uma vez que seus pleitos foram atendidos pelo governo federal e que a permanecer a situação como está todos serão fortemente afetados. “O Vale do Aço está em risco’ – conclui.