Para a ArcelorMittal a incorporação dos ativos da Votorantim Siderurgia no Brasil, adquiridos recentemente após o cumprimento de algumas exigências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vai gerar sinergias anuais de US$ 110 milhões. Com isso, o grupo siderúrgico conseguirá embolsar ganhos relevantes mesmo depois de ter que se desfazer de equipamentos de trefilaria e das operações de Cariacica (ES) e Itaúna (MG), o que gerou uma baixa contábil de US$ 86 milhões no balanço.
Mas os US$ 110 milhões significam mais da metade do lucro operacional de US$ 215 milhões observado de janeiro a março no Brasil. Ao redor do mundo, o resultado operacional da empresa foi de US$ 1,57 bilhões. A união das operações da Arcelor e Votorantim Siderurgia criará a maior produtora de aços longos do país – ultrapassando a Gerdau -, com 5,1 milhões de toneladas de capacidade produtiva anual.
Após a incorporação, a Votorantim Siderurgia teve seu nome modificado para ArcelorMittal Sul-Fluminense. O grupo da família Ermírio de Moraes ficou com cerca de 3% do capital social da ArcelorMittal Brasil. Para a multinacional, o Brasil é o mercado com melhores perspectivas de crescimento para o aço. O consumo aparente no país deve subir de 6,5% a 7,5%, contra 3% a 4% em todo o mundo, menos na China.