A Cemig quer comprar a produção futura de usinas eólicas e solares por meio de um leilão em formato inédito, que oferecerá aos empreendedores contratos para a venda da geração por um período de 20 anos a partir de 2022, disse à Reuters um executivo da companhia.
O movimento visa ampliar o volume de energia da empresa para atender clientes no mercado livre de eletricidade, após o vencimento de concessões de quatro grandes hidrelétricas da estatal no final do ano passado e com o fim de alguns de seus contratos de compra de eletricidade nos próximos anos.
No chamado mercado livre, geradores e comercializadoras de energia negociam contratos entre si ou diretamente com grandes clientes, como indústrias e shoppings centers.
“Para construir uma usina, eu teria que fazer um investimento grande agora para ter energia disponível em 2022. Agora, se compro energia para revenda, já não preciso fazer desembolso agora, só lá na frente, e isso permite à gente manter nossa participação no mercado livre. E, dependendo do resultado do leilão, até ampliar”, disse o superintendente de Compra e Venda de Energia no Atacado da Cemig, Marcos Aurélio Junior.
Agendado para 16 de maio, o leilão da Cemig terá regras parecidas com licitações promovidas pelo governo para viabilizar novos empreendimentos de geração, nas quais as compradoras da produção das usinas são o conjunto das distribuidoras de eletricidade do país. A estatal não divulgará quanto em energia pretende comprar no leilão, o que também dependerá dos preços oferecidos pelos vendedores.
A tarifa máxima a ser praticada pelos projetos será divulgada pela empresa no dia da concorrência, apenas para os competidores habilitados. Nos leilões do governo, os custos dos novos projetos de usinas eólicas e solares têm alcançado valores cada vez menores. O último certame, o chamado “A-4”, em abril, contratou cerca de 800 megawatts em empreendimentos aos menores preços já vistos.
A Cemig possui uma participação de cerca de 20 por cento no mercado livre de eletricidade.