A Sense Bike, de Belo Horizonte, comprou uma concorrente multinacional, a Swift Carbon, da África do Sul, que tem linha de produção no Porto, em Portugal. A venda foi fechada por US$ 20 milhões, incluindo investimentos que serão feitos nos próximos cinco anos. O negócio entre a Sense Bike e a Swift Carbon foi fechado há um mês, depois de um ano de conversas, mas o anúncio oficial foi na noite de domingo (15).
A Swift Carbon vende suas bicicletas de carbono, que custam na faixa dos R$ 10 mil, para cerca de 40 países. A presença é mais forte no continente europeu. Já a Sense Bike é especializada em modelos de alumínio, que custam entre R$ 2 mil e R$ 7 mil e são comercializados apenas no Brasil. Nos próximos meses será definido se serão mantidas as duas marcas, se parte da produção da Swift Carbon virá para o Brasil ou se poderá ser feito o caminho contrário com a Sense Bike.
Criada em 2009, a Sense Bike é comandada pelos irmãos Henrique e Gustavo Ribeiro, da Lagoa Participações, grupo mineiro que desde 1981 investe nos negócios sobre duas rodas, como concessionárias de motos, além de empreendimentos imobiliários, investimentos na área financeira, gestão e desenvolvimento de marcas. No ano passado, a companhia faturou cerca de R$ 1 bilhão.
A empresa tem atualmente 19 modelos de bicicletas (estrada, mountain bike, urbana e elétrica), de carbono e alumínio, e faz desde o desenho até a fabricação dos quadros. A Swift Carbon, por meio da sua área de tecnologia, já era parceira da Sense Bike. As diferenças no processo de produção das bicicletas feitas com alumínio e com carbono são muito grandes. Um modelo da Sense Bike precisa de um dia para estar acabado. Já o da Swift Carbon, por ser produzido em sistema quase artesanal, leva até 30 dias.
A Sense Bike se tornou uma das referências no mercado nacional com o desenvolvimento de bicicletas elétricas. Os primeiros três modelos foram lançados em 2012: Easy, Breeze e Wind, com a tecnologia de pedal assistido, bateria de lítio e 24v. Essas bicicletas serviram de modelo para que o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) regulamentasse no final de 2013 a utilização dos modelos elétricos por meio da Resolução 465.