Quando Elon Musk co-fundou a OpenAI, seu objetivo era determinar como as tecnologias de Inteligência Artificial poderiam servir melhor à humanidade.
De acordo com uma nova carta da empresa, sua missão daqui para frente será desenvolver “sistemas altamente autônomos que superem os humanos no trabalho, economicamente mais valioso”. Ela quer criar máquinas com inteligência real, mais inteligentes do que as pessoas!!!
Isso é chamado de Inteligência Geral Artificial (AGI, sigla em inglês) e, dependendo a quem você pergunta, é o Santo Graal ou a Caixa de Pandora quando se trata de aprendizado de máquina.
Apesar do fato de que Musk recentemente se distanciou da empresa – afirmando que o desenvolvimento de IA da Tesla apresentava um conflito de interesses para ele – ainda tem seu senso de ambição.
Alguns especialistas, como Ray Kurzweil, do Google, acreditam que estamos a poucas décadas da singularidade (o momento em que as máquinas se tornam mais inteligentes que os humanos). Outros dizem que isso nunca acontecerá. A maioria das pessoas envolvidas na conversa sobre AGI ou ainda está tentando resolver a semântica, os tipos acadêmicos, ou mais preocupados com o financiamento do que com as ameaças existenciais à nossa espécie.
Felizmente, o OpenAI é uma organização sem fins lucrativos. Com mais de US$ 1 bilhão em financiamento e apoio de algumas das mentes mais inteligentes (e das maiores empresas) no campo da IA, está em uma posição única para se concentrar na tecnologia sem se preocupar em agradar acionistas ou perder subsídios. Para esse fim, a empresa se dedica a desenvolver o AGI cuidadosamente e evitar uma corrida armamentista de inteligência artificial que possa fazer com que os pesquisadores percam o foco.
De acordo com a carta:
Vamos tentar construir diretamente uma AGI segura e benéfica, mas também considerar a nossa missão cumprida se o nosso trabalho ajudar outros a alcançar este resultado.
No documento, a empresa chega a afirmar que recuaria e interromperia sua pesquisa se outra empresa parecesse estar à beira da AGI.
A conversa em torno da IA senciente é difícil. Muitas pessoas vêem a ideia da AGI como ficção científica improvável, e até mesmo os crentes sentem que é muito cedo para realmente se preocupar com a tecnologia que está a décadas de distância.
Mas em algum momento, precisaremos de algumas diretrizes fortes para ajudar os desenvolvedores a evitar armadilhas acidentais (como destruir a raça humana). E assim que os robôs se levantarem, será tarde demais para chegar a políticas de bom senso.
O co-fundador da OpenAI, Ilya Sutskever, disse à TNW:
Quando o OpenAI começou, havia normas bem estabelecidas para a construção de um forte laboratório técnico. Mas não havia precedentes sobre como construir uma organização com o objetivo de fazer com que o impacto a longo prazo dessas tecnologias se desse bem. Nos últimos dois anos, construímos equipes de recursos, segurança e políticas a partir do zero, e cada uma contribuiu com insights sobre as normas que esperamos ver em nós mesmos e em outros, à medida que as tecnologias de IA se tornam poderosas. Consideramos que essas tecnologias afetam a todos e, por isso, trabalhamos com outras instituições para garantir que esses princípios sejam considerados não apenas para nós, mas para outras pessoas da comunidade.
A empresa não tem um cronograma atual para a AGI, mas começou o que ela chama de “a próxima fase do OpenAI”, que incluirá o aumento de investimentos em pessoal e equipamentos com a intenção de fazer “avanços consequentes em inteligência artificial”.
Fonte: The Next Web
