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HEADER – DESTAQUES VALE DO AÇO – BNDF

CSN pode se desfazer das ações da Usiminas

A venda da fatia detida pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de Benjamin Steinbruch, na Usiminas tem chances de, enfim, ocorrer. Os bancos de investimento – Bank of America Merril Lynch e Morgan Stanley são os mais “vocais” nesse processo – estão sondando investidores para destravar esse negócio até o fim desta semana, em uma venda de um “block trade”, ou seja, em um leilão agendado na B3. A CSN possui cerca de 14% das ações com direito a voto de sua concorrente mineira e 20% dos papéis preferenciais, que foram adquiridos em bolsa de valores em 2011, quando Steinbruch mirava a compra de uma participação dentro do bloco de controle da Usiminas.

Agenda cheia. Além de ajudar a sanear a CSN, que está atolada em dívidas, a venda dessa fatia é uma exigência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que identificou problemas concorrenciais. Na agenda da CSN para esta semana ainda está previsto um acordo com seus principais bancos credores, para alongamento de cerca de R$ 14 bilhões em dívidas. Procurada, a CSN não comentou.

Análise

Quando as ações ON adquiridas de forma agressiva por Benjamin Steinbruch, a CSN queria dar resposta à posição excludente que a Nippon impunha para pretensos compradores das ações que estavam à venda pela Camargo Corrêa e Votorantim que, por sua vez, acabaram por ser adquiridas pela Ternium/Tecchint (A Nippon acabava de sair de uma contenda com a mineradora Namisa pertencente a Steinbruch em que muitas “mágoas” foram deixadas). Havia medo, também da comunidade de Ipatinga, que se repetisse aqui o que aconteceu com Volta Redonda. A CSN quis responder adquirindo 14% das ações com direito a voto fazendo, a partir de então, parte do bloco de controle da Usiminas.

Em seguida, vários problemas referentes a conflito de interesses faziam com que o Conselho de Auto Defesa Econômica – CADE recebesse e acatasse ações reivindicando a não participação de componentes do conselho indicado por Steinbruch de decisões que envolvessem estratégias relacionadas ao mercado que ambas disputavam (a CSN e a USIMINAS).

O problema enfrentado atualmente pela CSN tem a ver com a “gula” exagerada no período do governo Lula (2002 a 2010) que incorporava ativos de diversas áreas para aumentar sua imponência como conglomerado empresarial, influenciando por isso, decisões de governo (Steinbruch chegou a ser conselheiro de Lula, assim como Jorge Gerdau).

A questão em voga é que pelo acordo de acionistas, válido até 2030, a preferência é dos que fazem parte do bloco de controle. Resta saber se vai haver disputa, também, da Nippon Steel/Sumitomo e Ternium/Tecchint para adquirir essas ações para acirrar ainda mais as divergências existentes e se a CSN vai perder dinheiro vendendo-as pelos valores atuais (ainda abaixo dos valores à época).

Fonte: Agência Estado

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